OLD ROCK

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2/14/2006

ARTÉRIA

Não sei o que as pessoas querem de mim
Meu medo
Meus beijos
Meu cuspe
Minhas palavras
Meu silêncio
Meu sorriso
Minhas lágrimas
Minha vida ou minha morte
Talvez elas queiram meu sangue
Passam suas vidas inteiras
Atropelando seus sentimentos
E anestesiando seus desejos tanto
Que já não sabem o que querem,
Protegem-se de tudo e de todos
Tornam-se rivais
Superiores
Favoritos
Rejeitados
Protegidos
Desconfiados
E inseguros.
Prestigiam-se pela astúcia nobre
De enganar e não ser enganado
- Delicada superioridade civilizada.
Por força global e pelo conhecimento instantâneo
Onde todos pensam a mesma coisa ao mesmo tempo
Vão se transformando todos em astros da TV.
Educados, respeitosos e cheios de tato diplomático
Engolem tudo aquilo que os desagrada
E fingem ir tudo bem,
Seus moldes e regras não permitem
A inveja
O rancor
A raiva
O despeito ou a mágoa.
Filantrópicos, acabam matando uns aos outros,
E aquele “um por todos e todos por um”
Fica hibernando, banido pelo ódio e pelo medo.
Quanto mais se conhecem
Mais coisas sabem um do outro.
Menos sabem o que pensar um do outro.
Assim são as pessoas
E assim muitas delas não são
Por elas não saberem o que querem de mim
Dou a elas
O que dou a todos:
Minha arte!

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