OLD ROCK

OLD ROCK

3/01/2011

SONHAR, SÓ DORMINDO

Sete vezes lembrei minha infância
Do tempo em que o céu se uniu ao inferno
Do tempo que o Brasil era menino que nem eu
Construções e toadas de muitas cidades:
Belém, onde nasci;
Cametá, minhas saudades dormem nos bancos de areia da praia artificial;
Salinópoils, o sal embebedou meus olhos;
Mosqueiro, o mar é doce;
Paragominas, a poeira vermelha voava no céu azul;
Tucuruí, nem a força de Hércules prende o rio;
Oriximiná, água preta no copo d’água é clarinha;
Óbidos, pedaço da cidade velha;
Santarém, onde o tapajós não se mistura ao amazonas, onde a beleza não se mistura com nada, fica suspensa no ar;
Soure, não há céu mais belo que o Marajó;
Macapá, São José te protege;
Itaberaí, o silêncio é juiz dessa cidade;
Brasília, linhas cortam o azul inigualável;
Goiânia, onde não se pode sonhar;
Belém, onde morri.
As ruas ficaram diferentes
As praças viúvas
Acho que estou muito sentimental
Vou procurar no meu caminho alguma igreja
Foi assim que nasceu este poema
Como se não quisesse nascer de meu punho cerrado
Como se fosse uma notícia de jornal
Estou indo para o meu lar
Doce lar
Onde meu coração se tornará infinitos
Uma festa lá na praça quando eu chegar
Sobrevivi...
Meu sonho, anedota...
Que ninguém vê graça alguma
O amor através das idades vai à romaria
Juventude me deixou
Infância canta o hino nacional na Avenida Presidente Vargas
Quero casar
Puro como café
Café preto
E na minha boca este soneto
É o sol...

Nenhum comentário: