OLD ROCK

OLD ROCK

6/19/2006

HERANÇA DE DRUMMOND

Suor sobre minhas faces
Faces poéticas cantando no exílio,
Beco em frente ao mar, mar de rosas ardentes.
Isolda, meu cais, estou partindo para a cidade sem reis.
Levando tristezas grudadas neste quarto minguante
Em milhares de corações devorados no meu peito.
Suor íntimo sobre meus versos
Versos molhados na boca.
Ando sem mapa, sem mina de ouro.
Nada no meu fim de arco-íris
Mas já estou no meio do caminho
Minha alvorada. Sigo por este mar sem meu Pero Vaz de Caminha
Vou registrando...
Beijos com umidade 15%
Solitude árida
E tudo o que é belo
Confesso, adoro Minas sem conhecê-la.
Parece um soneto patético
Sem festa
Sem nome
Só protesto
Herança de Drummond
Ele também me deu um lenço de Cecília Meirelles
Pras lágrimas caídas
Lágrimas como o rio revolto da minha cidade há muito longe
Saudades sem fim
Litogravura na minha memória
Lembro das manhãs de galos ardentes chamando o sol frio
Do café sobre a mesa, quente...
Estou só
Maria de Nazaré, da-me a consternação.
Daniel empresta-me a temeridade da cova dos leões.
Estou só
Só como o poema na lata de lixo
Impiedosa sujeira dos tempos
No entanto, o menino em mim dá a luz ao homem do dia de hoje.
E então os agostos passam
Vem setembro
Vem outubro, novembro, dezembros...
E aí cai a chuva
Contando histórias em cada gota sobre os telhados
Histórias antigas
Histórias novas
Guardadas no fundo desse copo de gyn
Como é bom o passar dos dias...

Um comentário:

Anônimo disse...

Drummond, Meireles... excelentes vícios literários. Gostei muito do blog e deste poema em particular. Ainda há muito para ler. Voltarei mais vezes. :)